O velho que pintava murais de esperança
Pegava em alguns baldes de tinta e uns quantos pinceis e deambulava pelos muros abandonados da cidade, escrevia uma frase de esperança e depois aproveitava a textura de velhas paredes, cada defeito dessa estrutura era como uma impressão digital ganhava um singificado, ganhava vida, uma identidade própria.
Era a ruína que se transformava em arte, o desespero que se transformava em esperança e tudo através de um espaço inestético, tudo ganhava sentido e cor.
Pouco tempo depois lá vinha uma máquina qualquer deitar tudo por terra, na maioria das vezes o entulho ficava por bastante tempo no local, as cores do arco irís espalhadas pelo chão pareciam querer saltar para o seu lugar como se de um puzzle se tratasse.
Este facto, não demovia o velho artista, pelo contrário voltava a pegar no seu manancial de tintas que arranjava com a sua míseravel reforma, os pinceis tantas vezes feitos com o seu próprio cabelo encontravam como uma bussula outro espaço e como por magia outro canto da cidade ganhava uma nova relíquia.
A maior parte das pessoas chamavam-lhe louco, talvés por terem perdido o poder de sonhar a cores!
O velho nunca desistiu, podia ter optado por quadros, até tenta-los vender. Mas não era o dinheiro que o movia, apenas a vontade de partilhar uma mensagem de esperança. Sim o VELHO tinha esperança...
...E TU, AINDA A TENS JOVEM?
1 comentário:
Lindo texto meu querido camarada!
Claro que tenho.Muita mesmo!!
Beijinho da Vespinha
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