Arco-da-velha: Fenómeno luminoso provocado pela incidência dos raios solares na atmosfera, que produz o aparecimento, do lado oposto ao Sol, de um arco de círculo com as cores do expectro solar.in "Grande Dicionário da Língua Portuguesa. Corresponde ao meu desejo de o Sol brilhará para todos nós!!!

quinta-feira, maio 31, 2007

Desabafo



Números, só veêm números
parecem pastores a
contar cabeças de gado
"mas há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não!"
Eu digo não!!!

O senhor 1º ministro não merece sequer o nome que tem pois não passa de um sofista a querer vender gado por lebre!

Tratem os portugueses como pessoas e não como números!
Tentaram demover-me de fazer greve e isso faz-me relembrar Brecht mais uma vez:


A NÃO ESQUECER



Primeiro levaram os comunistas, mas

Eu não me importei porque não era nada comigo.


Em seguida, levaram alguns operários,

mas a Mim isso não me afectou porque Eu não sou operário.

Depois, prenderam os Sindicalistas,

mas eu não me incomodei,porque nunca fui sindicalista.

Logo a seguir, chegou a vez de alguns Padres,

mas como Eu não Sou religioso,também não liguei.

Agora levam-me a Mim e quando percebi, já era tarde.


Bertold Brecht



terça-feira, maio 29, 2007

quarta-feira, maio 23, 2007

Dúvidas? "Comcerteza"!

Quem somos nós afinal?
Talvez no final das nossas vidas possamos dizer quem fomos.
Pois no dia a dia vamos-nos metamorfoseando, o eu de ontem não é o eu de hoje.
E amanhã quem serei?
Como um muro em construção, tijolo a tijolo.
Quero evoluir, acrescentar-me e "aprender, aprender sempre"!

Desabafo para passar à acção

Para além da sombra e desilusão,
de fantasmas e provocação
surge em mim um forte desejo de revolução!

Não ao vendido cego pelo dinheiro
Não ao ajoelhado para subir de posição!
Como alguém disse um dia:

Antes morrer de pé do que viver ajoelhado toda a vida!!!

segunda-feira, maio 21, 2007

Mais Alto

Mais alto, sim! mais alto, mais além
Do sonho, onde morar a dor da vida,
Até sair de mim! Ser a Perdida,
A que se não encontra! Aquela a quem

O mundo nao conhece por Alguém!
Ser orgulho, ser águia na subida,
Até chegar a ser, entontecida,
Aquela que sonhou o meu desdém!

Mais alto, sim! Mais alto! A Intangível
Turris Ebúrnea erguida nos espaços,
A rutilante luz dum impossível!

Mais alto, sim! Mais alto! Onde couber
O mal da vida dentro dos meus braços,
Dos meus divinos braços de Mulher!

Florbela Espanca

sábado, maio 19, 2007

A Catarina


CATARINA EUFÉMIA

Francisco Miguel



Na vasta planície os trigos não ceifados.

Ao longe oliveiras batidas pelo sol.

Tu serena caminhas para os soldados

com a ideia, para todos um farol.


A brisa não se levantara.

Ias armada apenas da razão.

Contigo os milhões que têm, fome

contigo o povo que não come e que ali cultiva o nosso pão.


O monstro empunhava as armas de aço.

Tu pedindo a paz serena caminhavas

levando um filho no colo outro no regaço.

As armas dispararam, tu tombaste.

Com teu sangue a terra foi regada.


E ali à luz do sol que tudo ardia

dava mais um passo a nossa caminhada.

Na boca da mulher assassinada

certeza da vitória nos sorria.


o sol que o teu sangue viu correr

que teus camaradas viu ali aflitos

ouvirá amanhã os nossos gritos

quando o novo dia amanhecer


Que nessa terra heróica - Baleizão -

onde se recolhe o trigo branco e loiro

teu nome gravado em letras de oiro

tem já cada um no coração

sexta-feira, maio 18, 2007

RETRATO DE CATARINA EUFÉMIA

Da medonha saudade da medusa
que medeia entre nós e o passado dessa palavra polvo da recusa
de um povo desgraçado.

Da palavra saudade a mais bonita
a mais prenha de pranto a mais novelo
da língua portuguesa fiz a fita encarnada
que ponho no cabelo.

Trança de trigo roxo
Catarina morrendo alpendurada
do alto de uma foice.
Soror Saudade Viva assassinada
pelas balas do sol
na culatra da noite.

Meu amor. Minha espiga. Meu herói
Meu homem. Meu rapaz. Minha mulher
de corpo inteiro como ninguém foi
de pedra e alma como ninguém quer.

José Carlos Ary dos Santos

quinta-feira, maio 17, 2007

Razão desencontrada

Hoje apetece-me gritar desesperadamente
ir para a rua correr como um louco
mas mesmo assim saber-me-ia a pouco!

"gritos mudos chamando a atenção"Xutos

quarta-feira, maio 16, 2007

Tosquia


Oh, meu amor se tu fores,

Leva-me, podendo ser.

Eu quero ir acabar,

Onde tu fores morrer.


Eu hei-de morrer cantando.

Já que chorando nasci.

Já que as glórias deste mundo,

se acabaram para mim.


Popular Portuguesa

Canção de Tosquiadores

Beira-Baixa

terça-feira, maio 15, 2007

Ocorrência

ò Z... o teu blog é uma especie de quê? -perguntou-me com um certo ar bovino um amigo depois de o ver- é para engatares depois de o mostrares, dás um ar assim e assado, etc...
Não respondi, até porque hoje estava vestido com uma camisola vermelha.........

Ventre



E aquele balão de água quente

que ternamente transportaste

e vezes sem conta acariciaste

Como puderei eu recompensar-te?


Outra vez TU MULHER!

Pretensiosismo

Eras a flor mais linda do jardim
considerava-te a minha flor
porém os dias passaram
tu murchaste e eu chorei!

segunda-feira, maio 07, 2007

Estrela da tarde


Era a tarde mais longa de todas as tardes
que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas
tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca,
tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde
tal rosa tardia
Quando nós nos olhámos tardámos no beijo
que a boca pedia e na tarde ficámos unidos
ardendo na luzque morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste
o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite,
para haver outro dia
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
que o luar te amanheça
e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
se tu és a alegria
ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Foi a noite mais bela
de todas as noites
que me aconteceram
Dos nocturnos silêncios que à noite
de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois
corpos cansados não adormeceram
e da estrada mais linda
da noite uma festa
de fogo fizeram
Foram noites e noites
que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites
que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles
que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto
se amarem, vivendo morreram
Eu não sei, meu amor, se o que digo
É ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo
e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste
Dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despido
de mágoa e de espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo
para quem se quer tanto!


José Carlos Ary dos Santos

domingo, maio 06, 2007

A vitrine colorida

Estou sentado na mesa do café, em meu redor vários são os cheiros que me invadem café, perfumes, tabacos e escapes da porta entreaberta. Os meus sentidos estão alerta, ouço quase todas as conversas em simultâneo o que faz com que não perceba nenhuma, o barulho das moedas em cima do balcão, o remexer e o mexer da louça, o senhor que mexe o café já faz cinco minutos, a farfalheira de um miúdo que pede esmola que toda a gente recusa. É então, que de relance, olho para a vitrina colorida e sem me aperceber tomo a mão do garoto e peço duas guloseimas de cada. Este estupefacto diz entre dentes "não fiz mal, Senhor", sem responder pego no saco, sento-me e divido como em criança de olhos vidrados o meu espólio colorido, o miúdo sem pestanejar agarra o seu séquito e prepara-se para me deixar dizendo "obrigado senhor" vezes sem conta e pergunto-lhe "e se comesses primeiro?" ao que me respondeu "os meus irmãos estão lá fora..." dei-lhe o meu saco, de repente deixou de fazer sentido, encostei-me na cadeira e revi a minha infância, uma teimosa lágrima saltou do meu olho e pensei em gritar:
Mãe!
e voltar à idade dos porquês...

Mátria

Estou farto de Pátria
Pátria para aqui Pátria para acolá...
Quero uma Mátria
que me aconchegue no seu regaço!

Mátria fêmea protectora
aqui estou
nú, descalço e vulnerável
para ti.

E a ti me entrego e a ti me dou
e de ti espero ao que Pátria falhou!

quarta-feira, maio 02, 2007

Homenagem às Mães da Praça de Maio

Quanto é doce quanto é bom
no mundo encontrar alguém
que nos junte contra o peito
a quem nós chamemos mãe

Vai-se a tristeza o desgosto,
põe-se um ponto na tormenta
quando a mãe nos dá um beijo,
quando a mãe nos acalenta
(trad. portuguesa)

E mais forte é a voz de uma mulher que procura o seu filho!
E mais forte é a voz de uma mulher que reclama justiça!
E mais forte é a mulher que continua sempre em frente e não se cala!
E mais forte deve ser a Homenagem às Mães da Praça de Maio de todo o mundo!!!